By Fred Leão, do R7
Identidade masculina foi assumida totalmente por Miguel há um ano, mas ele conta que tem consciência de que não era satisfeito com o gênero de nascença desde a adolescência
Arquivo pessoal
Em um caminho de autoconsciência e mudança de identidade sexual, assim como o que foi seguido pela atriz Thammy Miranda, o transexual Miguel Haru Acioli, de 31 anos, morador do Distrito Federal luta para conseguir uma cirurgia de retirada das mamas. O procedimento é o mesmo feito pela atriz. Mas, no caso do designer gráfico do DF, há alguns entraves. A batalha de Acioli é que o plano de saúde cubra a cirurgia, que em Brasília é feita por um único médico.
O problema, segundo o designer, é a enorme burocracia para conseguir com que seu plano pague pela cirurgia: ele precisa apresentar laudo psiquiátrico e pedido médico emitido por um cirurgião. Uma advogada tenta na Justiça fazer com que a cirurgia seja custeada pelo plano de saúde de Miguel.
— A cirurgia mais urgente pra mim, nesse momento, é a mamoplastia (retirada das mamas). É o que mais me incomoda.
Quanto à cirurgia de mudança de sexo, a faloplastia, o designer vai esperar mais um tempo para fazer. Antes, ele vai passar também por uma operação para retirada de ovários e útero. O tratamento hormonal, que dá mais características físicas masculinas, foi iniciado há seis meses.
A identidade masculina foi assumida por Miguel há um ano, mas ele conta que tem consciência de que não era satisfeito com o gênero de nascença desde a adolescência.
— Antes eu tratava [a personalidade masculina] como um alter ego, mas era a mais pura realidade. Minha imagem masculina era misturada com a feminina desde a adolescência. Eu era andrógino e usava roupas masculinas misturadas às femininas.
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Ele conta que a força para assumir sua sexualidade veio de um amigo, também transexual. Foi quando ele sentiu que “era meu caminho”. Um dia, ele teve uma espécie “ataque de frente ao espelho” e decidiu começar o processo de transgeneralidade.
Outro processo enfrentado por Miguel é o da utilização do nome social, pois, em seus documentos pessoais, ainda consta o nome feminino. Ele deu entrada na documentação neste mês, mas ainda não há previsão de quando será concluído.Atualmente ele está casado, mas espera o trâmite de sua mudança de nome para registrar a união em cartório.
Um drama recorrente para pessoas transexuais, o preconceito, principalmente em casa ou no círculo de amigos não é uma questão difícil para Miguel.
— Sou um cara de sorte. Eu tenho a maior parte da família ao meu lado. Tem apenas um ou outro na família que não se esforçaram nada pra entender o que está acontecendo. Quase todas as pessoas trans que conheço perderam pessoas do hall de amizades, perderam contato com pessoas da família, o que não aconteceu comigo.
Via:: R7
Transexual de Brasília luta para conseguir cirurgia de retirada de mamas